quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Livros gratis para download




Esta disponível, em e-books, os primeiros livros para download desse blog, são obras indispensáveis...


Ótimo texto de Luis Fernando Verissimo

Minha mulher e eu temos o segredo para fazer um casamento durar:
Duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida e um bom companheirismo. Ela vai às terças-feiras e eu, às quintas.
Nós também dormimos em camas separadas: a dela é em Fortaleza e a minha, em SP.
Eu levo minha mulher a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta.
Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento, "em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!" ela disse. Então, sugeri a cozinha.
Nós sempre andamos de mãos dadas...
Se eu soltar, ela vai às compras!
Ela tem um liquidificador, uma torradeira e uma máquina de fazer pão, tudo elétrico.
Então, ela disse: "nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar".
Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica.
Lembrem-se: o casamento é a causa número 1 para o divórcio. Estatisticamente, 100 % dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a "senhora certa".
Só não sabia que o primeiro nome dela era "sempre".
Já faz 18 meses que não falo com minha esposa. É que não gosto de interrompê-la.
Mas, tenho que admitir: a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: "O que tem na TV?"
E eu disse: "Poeira".

Veja a biografia dele aqui.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Mude em 2008!

Uma estimulante mensagem para o inicio deste ano!

MUDE
Edson Marques

Mude, mas comece devagar,
porque a direção é mais importante que a
velocidade.

Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa.
Mais tarde, mude de mesa.

Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua.
Depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com
atenção os lugares por onde você passa.

Tome outros ônibus.

Mude por uns tempos o estilo das roupas.
Dê os seus sapatos velhos.
Procure andar descalço alguns dias.
Tire uma tarde inteira para passear livremente na praia,
ou no parque, e ouvir o canto dos passarinhos.

Veja o mundo de outras perspectivas.

Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda.
Durma no outro lado da cama...
Depois, procure dormir em outras camas
Assista a outros programas de tv,
compre outros jornais... leia outros livros.

Viva outros romances.

Não faça do hábito um estilo de vida.
Ame a novidade.
Durma mais tarde.
Durma mais cedo.

Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua.

Corrija a postura.

Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores, novas delícias.

Tente o novo todo dia.
O novo lado, o novo método, o novo sabor,
o novo jeito, o novo prazer, o novo amor.

A nova vida.

Tente.

Busque novos amigos.
Tente novos amores.
Faça novas relações.

Almoce em outros locais,
vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida,
compre pão em outra padaria.

Almoce mais cedo,
jante mais tarde ou vice-versa.

Escolha outro mercado... outra marca de sabonete,
outro creme dental...
Tome banho em novos horários.

Use canetas de outras cores.
Vá passear em outros lugares.

Ame muito,
cada vez mais,
de modos diferentes.

Troque de bolsa, de carteira, de malas,
troque de carro, compre novos
óculos, escreva outras poesias.

Jogue os velhos relógios,
quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores.

Abra conta em outro banco.

Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros,
outros teatros, visite novos museus.

Mude.

Lembre-se de que a Vida é uma só.
E pense seriamente em arrumar um outro emprego,
uma nova ocupação,
um trabalho mais light, mais prazeroso,
mais digno, mais humano.

Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as.

Seja criativo.

E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível sem destino.

Experimente coisas novas.
Troque novamente.
Mude, de novo.
Experimente outra vez.

Você certamente conhecerá coisas melhores
e coisas piores do que as já
conhecidas, mas não é isso o que importa.

O mais importante é a mudança,
o movimento, o dinamismo, a energia.

Só o que está morto não muda !

"Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco,
sem o qual a vida não vale a pena !!!"
Clarice Lispector

Quem gostou pode assistir, nos extras, esse poema sendo declamado por Simone Spoladore.

domingo, 23 de dezembro de 2007

Vídeo: poema "Extinção" de Régis Bonvicino, por Antônio Abujamra


Assista, na sessão extra, ao vídeo de Antônio Abunjanra lendo o ótimo poema "Extinção" de Régis Bonvicino no programa "Provocações" da tv cultura.

domingo, 16 de dezembro de 2007

Fanzine "PONTO DE VISTAS nº01"


O primeiro fanzine do grupo esta disponível na seção extra.
Leiam e comentem...

SEÇÃO DA TARDE


Sexta-feira, fim de tarde. Estava cansado. Saía do banco, onde estivera por quase duas horas – esperara, esperara... Fornecera dados, assinara contrato... agora se prostrava à porta. Observava a avenida: carros, carros, carros; o semáforo: vermelho, verde, amarelo. Caminhou até o ponto do ônibus, na esquina; reparou num hidrante – pensava não haver mais hidrantes na cidade, a não ser no centro, nas partes mais antigas, e, mesmo assim, desativados. Vermelho. Carros, carros, carros, uma enchente de pivetes – um vendendo água-de-coco em garrafas, outros muitos com rodos na mão, um deles coxo. Outro, com uma faca, levava o celular, a carteira e o relógio do motorista do Vectra preto – correu. Verde. Carros, carros, carros... buzinando, rosnando, passando, voltando, esperando. Lojas fechando. Pessoas – pareciam formigas. Andavam, esperavam, corriam, esperavam, corriam, falavam, sinalizavam, esperavam, corriam, andavam, olhavam, falavam... (umas choravam, outras sonhavam...). O policial que rondava o perímetro recebeu um pequeno pacote do menino da faca. Vermelho, verde, amarelo. Esperavam...sonhavam...carros, carros, carros. Noite total. O monóxido de carbono começava a irritar os olhos – pestanejava. Ônibus lotados e cada vez mais lotados. O garoto da faca voltou para o semáforo. Amarelo. Carros, carros, carros... ônibus lotado, pessoas olhando... um carro de som – barulho infernal. Espera, espera, espera... o cara da faca começa a andar por entre os carros. Uns meninos começam a limpar uns pára-brisas, outros fumam, parados. Uma moça loira entrega a bolsa para o cara da faca, que além de tomar-lhe a bolsa dá-lhe uma lambida no rosto – ela tremia. Fumaça, barulho. Olhos ardendo, pessoas andando, carros passando. Brancos, amarelos, negros; altos, magros, baixos, retos, tortos, gordos: a maioria feios. Vermelho, verde, amarelo. Os carros passam, repassam, fumaçam, voltam, buzinam – anda em círculos a porra do quarteirão? – são infinitos. Mais carros no mundo que gente. Vermelho, verde, amarelo.
Ônibus lotado, olhos ardendo. Um cara vendendo chicletes. Dois catadores de lixo comendo lixo. Vermelho, verde, amarelo. Não tem jeito, os carros são infinitos. Anda mesmo em círculos a porra do quarteirão. Carros, carros, carros... até que o motorista bêbado do carro vermelho dá uma fechada no motorista do carro branco, que se choca contra o hidrante no meio do quarteirão, o qual jorra, forte, água para cima. Um ônibus menos lotado. Parecia filme.
João Paulo

O CANTEIRO EM QUE BROTEI

Canteiro Em Que Brotei

Ao invés de sol,Umidade podre;
Ao invés de céu límpido e maiêutico,
Núvens negras semelhates a coveiros;
Ao invés de sábios como pontes,
Ditadores antrofágicos;
Ao invés de ouvidos,
Olhos vigilantes;
De mãos,
Pés;
De pele,
Sangue;
De brilhos,
Pálpebras fechadas...
Enlilbran